domingo, 26 de abril de 2009

INTELIGÊNCIA E AFETIVIDADE DA CRIANÇA


Piaget concebeu a inteligência como tendo dois aspectos, o cognitivo e o afetivo. O aspecto cognitivo tem três componentes: o conteúdo, a função e a estrutura. Piaget indentificou três tipos de conhecimento: o conhecimento físico, o conhecimento lógico-matemático e o conhecimento social. O conhecimento físico é o conhecimento das propriedades dos objetos e é derivado das ações sobre os objetos. O conhecimento lógico-matemático é o conhecimento construído com base nas ações sobre os objetos. O conhecimento social é o conhecimento sobre coisas criadas pelas culturas. Cada tipo de conhecimento depende das ações físicas ou mentais. As ações instrumentais do desenvolvimento são aquelas que geram desequilíbrios e conduzem ao esforço de estabelecer o equilíbrio (equilibração). Assimilação e acomodação são os agentes de equilibração, o auto-regulador do desenvolvimento.
Quatro fatores e suas interações são necessários para o desenvolvimento: maturação, experiência ativa, interação social e equilibração. O desenvolvimento cognitivo, enquanto processo contínuo, pode ser dividido em quatro estágios para fins de análise e descrição. O desenvolvimento afetivo (valores, sentimentos e interesses) ocorre de modo semelhante ao desenvolvimento cognitivo. Isto é, as estruturas afetivas são construídas como as estruturas cognitivas são construídas. O aspecto afetivo é responsável pela dinamização da atividade mental e pela seleção dos objetos ou eventos sobre os quais agir.

CONCEPÇÕES DA CRIANÇA

Nos últimos anos , vários especialistas e pesquisadores da área tem divulgado concepções muito semelhantes acerca da criança e de seu desenvolvimento . Entre essas pesquisas , dois grupos podem ser destacados : o que indica que mudanças conceituais profundas ocorreram nos seis primeiros anos de vida das crianças (Anderson e Shane ; Bruner ; Bronfenbermer; Carey; Evans; Piaget) e o que mostra que essas mudanças permitem reinterpretar teorias sobre a gênese e a sua relação com as experiências iniciais da criança . É necessário acrecentar ainda as construções de Luria,1988, Vygotsky, 1984 e1989, para compreender e valorizar a construção social do conhecimento e a intervenção do educador . A criança é vista como um ser humano completo, ativo e capaz, sujeito social e histórico que produz e é influenciada pela sua cultura que se desenvolve através das interações que estabelece em seu meio físico e social num processo que ''embora siga processos semelhantes em todas as crianças , obedece a ritmos individuais peculiares a cada uma delas"(Brasil/MEC,1993). Mesmo dentro de um determinado período histórico ou da mesma sociedade, cada criança possui uma história de vida, pertence a um meio sócio-econômico.
Coerente com essa concepção a criança cria cultura , brinca e nisso reside sua singularidade, a cultura infantil é, pois , produção e criação, colecionadora e dá sentido ao mundo, a criança busca, perde e encontra, separa os objetos de seus contextos. A criança pertence a uma classe social , de uma etnia , de um grupo social. Os costumes , valores ,hábitos ,as práticas sociais, as experiências interferem em suas ações e nos significados que atribuem às pessoas, as coisas e as relações. Isso implica garantir o direito a condições dignas de vida, à brincadeira , ao conhecimento, ao afeto e as interações saudáveis. Temos, portanto, um grande fundamental desafio a enfrentar a mudança na concepção tanto da criança e de seu desenvolvimento quanto na própria idéia de educação infantil.

CONCEPÇÕES DA EDUCAÇÃO INFANTIL


A educação infantil brasileira sempre foi marcada pela desigualdade , tanto as possibilidades de acesso a qualquer forma de atendimento quanto a qualidade desse atendimento tem sido definidas prioritariamente pela classe social . O conceito de educação infantil , como direito social é recente , pois somente apartir da aprovação da Constituição Federal ( Brasil , 1988 ) é que todas as crianças do nascimento até seis anos de idade , conquistaram o direito legal de serem cuidadas gratuitamente em creches e pré - escolas . Porém as diferentes funções que os serviços destinados a pré -escolas tem assumido para as raízes históricas dos vários tipos de atendimento como para a concepções de infância ,ficando evidente o quanto a educação infantil é uma questão não apenas pedagógica mas também social , ideológica e política .
O Ministério da Educação e dos Desportos , através de documentos estabelece a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica , direito da criança , dever do Estado e opção da família , ficando o poder público municipal responsável pelo atendimento e a qualidade do ensino . O direito à educação para esse segmento da população decorreu de um longo processo de lutas e discussões em que os anseios populares , conveniências , preconceitos , conhecimentos científicos e interesses antagônicos estiveram em jogo . No alge desse processo uma nova concepção de educação infantil , pautada na visão da criança cidadã , sujeito histórico e construtora de conhecimento na interação com o seu meio . É evidente que essa nova concepção de educação infantil coloca em questão a formação dos profissionais que atuam nessa área , precisamente ter uma formação específica , dispondo de adequadas condições de trabalho e acompanhamento de proficionais qualificados que lhe forneçam apoio técnicos e pedagógico .

terça-feira, 7 de abril de 2009

CONCEPÇÃO DA INFÂNCIA


No âmbito das políticas sociais voltadas à infância podemos perceber imensos desafios: situação política, econômica e a pobreza das nossas populações; questões de natureza urbana e social; problemas educacionais que assumem proporções graves.
Ao longo do século XX, cresceu o esforço pelo conhecimento da crinaça em vários campos do conhecimento. O historiador francês Philippe Ariès publicou, nos anos 1970, seu estudo sobre a história da criança e a família na sociedade moderna. A idéia de infâcia não existiu sempre da mesma maneira, surgiu com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em que mudavam a inserção e o papel social da criança na comunidade. O sociólogo francês Bernard Charlot, nos anos 1970 contribuiu para que podessemos compreender a infância de maneira histórica , ideológica e cultural, e que a dependêcia da criança em relação ao adulto, é um fato social e não natural.
O trabalho do biólogo e epistemólogo Jean Piaget que enfoca todos os aspectos do desenvolvimento da criança com ênfase na cognição, seus estudos descrevem e explicam de forma sistemática, a origem e o desenvolvimento das estruturas intelectuais na infância. As idéias de Vygostsky são essenciais para que compreendamos a criança como um ser histórico e social, pois segundo sua teoria tudo o que é especificamente humano e destingue o homem das outras espécies origina-se de sua vida em sociedade. Na teoria psicogenética de Henri Wallon, seus estudos está centrados na criança contextualiza, isto é, posta no ambiente imediato, social e histórico. Precisamos estar voltados para a totalidade das relações humanas de que a criança faz parte, para que se possa entender seu desenvolvimento. E sabendo que a infância, mais que estágio, é categoria da história humana porque o homem tem infância.