quinta-feira, 7 de maio de 2009

AFETIVIDADE

Henri Wallon (1981,1989), a afetividade ocupa lugar central na sua teoria psicogenética, tanto na elaboração da pessoa quanto do desenvolvimento. O estudo integrado do desenvolvimento e a psicogênese da pessoa completa constitui a base da teoria walloniana. Nessa perspectiva, Wallon considera que o desenvolvimento acontece de forma integrada, englobando os vários campos funcionais nos quais se distribui a atividade infantil (afetivo,motor e cognitivo).Para Wallon(1981), o ser humano é geneticamente social e a origem da evolução da pessoa encontra-se na infância, fase marcada por contradições e conflitos, resultantes da maturação e das condições ambientais que provocam alterações qualitativas no comportamento das crianças. São quatro as fases pelas quais a pessoa passa em seu desenvolvimento. A primeira delas, que vai aproximadamente até um ano de idade, denomina-se impulsiva emocional, quando ha predomínio da emoção e a criança está mais voltada para si mesma. Com o avanço do desenvolvimento, entre, um e três anos, a criança entra numa etapa em que a energia se canaliza para outra esfera de ação, na qual predomina o movimento. Trata-se da etapa sensório-motora e projetiva. No personalismo, dos três aos cinco anos, a esfera afetiva subjetiva reassume posição de destaque. A criança busca a independência e o enriquecimento do seu "eu", baseando suas ações na oposição sistemática ao outro. Nessa etapa, podem-se observar claramente pelo menos dois conflitos:a) o da mudança da esfera da cognição para a esfera da emoção e b) a negação e a incorporação do outro. No final desse percuso, espera-se um fortalecimento da identidade pessoal, fato que propicia, de certo modo, a entrada noutra etapa.
Na etapa imediatamente posterior à personalista, a fase denominada categorial ou período escolar, a criança aprenderá a conhercer-se como personalidade polivalente e ajustar suas condutas às circunstância particulares pela gradual e precisa redução do sincretismo da inteligência. Com o passar do tempo, no entanto, a afetividade reassume posição de destaque na puberdade e entrada na adolescência. É importante observar que, embora se alternem ao longo do desenvolvimento, afetividade e cognição mantêm entre si uma relação de reciprocidade.
Faz-se necessário, ainda, enfatizar outros aspectos da teoria walloniana. O primeiro deles refere-se à importância atribuida, pelo autor, à emoção. Para Wallon, a emoção é um tipo particular de manifestação afetiva, que assume um papel cultural no desenvolvimento da criança e constitui o primeiro recurso de que o ser humano dispõe para comunicar-se e interagir com o outro. Ainda segundo Wallon, a função básica de todo comportamento emocional é essencialmente social, o que justifica seu caráter contagioso, fato que se torna visível, especialmente, nas interações de crianças com adultos.
O segundo fator relaciona-se às nessecidades motoras das crianças, isto é, às nessecidades cinéticas, de movimento, e as nessecidades posturais imprescindíveis ao desenvolvimento infantil.

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